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| Foto: Alencar S. Tirei esta foto apenas para registro pois bem sei que minha máquina não tem potencialidade para registrar tamanha multidão a que presenciei ontem emocionado.... |
"Nunca vi tanta gente como ontem!!! Fizemos uma longa caminhada! O "grupo" que acabei por "seguir" saiu do Lago da Batata rumo a Faria Lima, virou a esquerda subindo sentido o bairro Jardim Europa, pegou a Augusta (Jardins) ate a Paulista. Daqui seguimos sentido Paraíso, descemos para Avenida 23 de maio ate novamente atingirmos o Ibirapuera e aqui encontramos os demais "grupos" e a multidão tornara-se ainda maior. Subimos, todos, a Brigadeiro Luiz Antonio para depararmos novamente com a Paulista. Tudo numa paz - sem polícia não se via medo nem
raiva nos olhos de quem
não participava.
Mas e necessário uma direção, não falo de "líderes", nem de organizações tradicionais que já conhecemos muito bem. Precisamos renovar o que existe e criar novas formas de lutas. Mas ainda sim carecemos de uma direção, uma direção para o movimento. Não há fórmulas. Definimos bem o que não queremos. O resto temos que construir dia a dia....
Escrevi no domingo, O livro, " Lula, 10 anos do governo pós-neoliberal no Brasil", é um engodo!!! Sabemos, e agora mais do que nunca, a eficácia do PT em relação ao PSDB para a manutenção do status quo. Isso se deve ao conjunto de políticas que entorpecem uma grande parte da população apreciadora de bugigangas (TV, celulares, etc) que são falsamente concebidas como conquistas de "cidadania". Isto é fato, pronto, sem novidades.
Mas não devemos bater apenas no PT, PSDB, etc, mesmo por que as coisas estão escancaradas. Necessitamos, além de identificar as ações conscientes de grupos presentes na estrutura do poder, nomear os diversos mecanismos estruturais (que vão além dos indivíduos) e os múltiplos dispositivos de poder (como a policialização da politica, etc) e dar nomes aos bois. Politizar o discurso. Efetuar, a partir dessa compreensão, estratégias de lutas políticas que devem ultrapassar a defesa da "liberdade de expressão", etc - como se devêssemos esperar algo das instituições atuais.
Devemos atuar fora desse campo semântico e de ação - a partir daqui redefinir a liberdade de expressão, etc.
O discurso e a ação deve urgentemente demonstrar isso. Não podemos ficar apenas num discurso de denuncismo contra "esse" ou "aquele" e perceber a engrenagem do Estado, da polícia, do capital, da relação entre ambos e de como todos esses mecanismos já são operados em outros rincões do mundo e do Brasil há tempos - e agora se espalhou (pois já existira) em São Paulo com mais nitidez princialmente para a classe média. Esses dispositivos de poder são mais eficazes e mais amplos do que na era do Fascismo. Cresceram, sem a percepção de muitos, sob a égide de uma democracia capenga que, de certa forma, ajudou a camuflar tais mecanismos que, associados a tecnologia de controle existente hoje, faz de outras formas de opressão parecer brincadeira de criança.
Os canhões estão apontados para dentro, não perdemos esse fato de vista!!! Não se pode sonhar, e não é com socialismo não, mas sim com nada nem com coisas "miúdas", etc. Reforma agrária, controle do poder pela sociedade, etc, proibido até dormindo. O "povo" é tratado como estrangeiro, como inimigo de guerra e assim devemos encarar - com estratégias."
"VANDALIZEMO-NOS!!!"
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Karen Hüsemann